sábado, 1 de dezembro de 2012

Dinâmicas – (Expressividade)





Dinâmicas (Expressividade)

"Ele [Laban] defendia a ideia de que os fundamentos de uma cultura se jogam nas relações particulares entre uma determinada gestão do peso e os valores de expressividade, através dos fluxos e dos tratamentos do espaço e do tempo. A impossibilidade de nossa organização linguística de abarcar o sentido profundo do movimento levou-o à aventura do seu sistema de notação, que não se apoia numa metáfora linguística, e sim numa representação pictográfica que responde, analogicamente, aos estados do corpo ainda não projetados na esfera da interpretação linguística. "Hubert Godard, no artigo "Gesto e Percepção" do livro Lições de Dança 3 (UniverCidade do Rio de Janeiro)

I-Peso

II-Espaço

III-Tempo> rápido/lento; acelerado/desacelerado; curto/longo; prolongado/sustentado; repentino/súbito.


ESPAÇO


Kinesfera

Cinesfera=kinesfera é a esfera que delimita o limite natural do espaço pessoal, no entorno do corpo do ser movente. Esta esfera cerca o corpo esteja ele em movimento ou em imobilidade, e se mantém constante em relação ao corpo, sendo ‘carregada’ pelo corpo quando este se move. ‘É delimitada espacialmente pelos alcance dos membros e outras partes do corpo do agente quando se esticam a partir do centro do corpo, em qualquer direção, a partir de um ponto de apoio. É um conceito que pertence ao Método Laban de Análise do Movimento.

http://www.yogaindaiatuba.com/2009/03/cinesferakinesfera.html

 

Falamos sobre a Kinesfera e trabalhamos o espaço pessoal:

- Que espaço meu corpo ocupa?

- Visualização do contorno do corpo

 
Atividades:

- Andar em grupo seguindo um líder.

- Andar em dupla compartilhando as Kinesferas (espaços pessoais).

- Focar o olhar para frente mas com a percepção em quem está do lado.

- Seguir os movimentos do outro.

- Formar um circulo humano e cada pessoa ir ao centro, num espaço reduzido  tentar se mover nesse circulo, perceber se sou (P,M,G) dentro desse círculo.


TEMPO
 
 
“Nossa apreensão do tempo está ligada à nossa vida psicológica. A experiência do tempo é essencialmente íntima.”  

(O movimento que recria o mundo – Sonia Silva)

Etapas dos exercícios realizados em aula:

1-Aquecimento com a música “Samba quente" (Batucada Fantástica) > movimentos, pára a musica, cessa o movimento.

2-Caminhar: lentamente, ir acelerando gradativamente, depois desacelerando gradativamente.

3-Pensar de olhos fechados em imagens que remetam tempo lento, prolongado, depois curto, rápido, repentino.

*Pensei em um violino tocando, um trem que começa acelerando gradativamente, depois uma moto passando rápido na rua, um violino tocando agora rapidamente. Senti maior dificuldade em encontrar a imagem do tempo prolongado.

4-Dança: dançar mais lento que o próprio ritmo da musica, depois mais rápido que o ritmo da musica. Primeiro individual depois em duplas.

*Neste me senti mais confortável no lento.

5-Espelho e sombra (em duplas) > movimentos simultâneos – tempo< prolongado/sustentado slomotion – súbito/repentino

6-Possibilidade de dialogar com qualquer pessoa no espaço, não somente a dupla > até tornar-se uma composição coletiva durante a improvisação. Pode-se dissociar isso com a voz, até que se chegue a um uníssono. O movimento rápido tem afinidade com o forte, como lento tem afinidade com fraco:

*Na regência > é preciso exercer o controle de seu tempo – você necessita de força, de peso para dar o acento, por exemplo.
 
*Ao tocar seu instrumento, por exemplo no meu caso, o violão, preciso seguir a música e pensar na força que coloco ao tocar as cordas, exercendo uma qualidade sonora;

*Calmo é a interpretação do lento e Agitado é uma interpretação do acelerado: Para o outro não necessariamente, cada um tem seu tempo e sua interpretação diferente de tempo.


O tempo, pode ser marcado de várias formas, podemos utilizar várias coisas, como marcar o tempo no metrônomo, ou falar de tempo de modo mais subjetivo, por exemplo o tempo do canto gregoriano.

“O tempo não existe a não ser pela consciência que cada um tem de passado, presente, futuro. Nós podemos até dividi-lo em partes proporcionais, horas e minutos, mínimas e colcheias, porém cada um vive o tempo de maneira pessoal.”

(O movimento que recria o mundo...Sonia Silva)

Comentário pessoal:

Desde o momento mais ínfimo de nossas vidas, ainda no útero, já estamos em movimento e temos nosso próprio ritmo. Pensar sobre isso, sobre esta consciência de individuo único e com seu próprio tempo faz com que nos tornemos verdadeiros educadores, com cada vez mais desafios de compreender a individualidade do ser e realizar diferentes propostas e lançar novas possibilidades para que cada um atinja, ao seu modo os objetivos. A música é carregada dessa individualidade e torna-se universal no momento em que é arte de expressar-se.

 
*Educador em arte tem que oferecer mais diversidade!* (Melina)


PESO
 
Peso < Ativo < firme/leve    =   intensidade em relação a música

            Passivo

 

Sequência de exercícios propostos:

-Roda com palma (forte/fraco)

-Roda com palma (ternário – estabelecido o tempo/ritmo – Forte- Fraco- Fraco, no tempo leve/fraco, dar um salto  -palma simultaneamente com o peso embaixo do salto)

-Caminhada com música – Aída tocou o piano, alternando a intensidade da música – importante não estabelecer marcha no tempo forte, mas usar com maior ênfase os membros inferiores no tempo forte (tendência)

-Peso> empurrando a dupla com a palma da mão, depois na roda, palma com palma, empurrar, respeitando o espaço do outro (tentando, pelo menos).

*Esta dinâmica ajuda a conscientizar a forma que dou a mão para o colega, principalmente com as crianças.
 
-Brincadeira do monstrinho – fazer força em poses diferentes e depois soltar o corpo, estabelecendo mais leveza.

-Empurrar com palmas das mãos – dedos sempre abertos – em dupla

-Contrapeso em dupla – ângulo pra fora – equilíbrio, encontrar o momento de cada um até equilibrar

-Para dentro só com as mãos, mas também pode-se fazer para fora

-Jogo da resistência – partes do corpo – empurrar com diferentes partes do corpo – em dupla, um estabelecia a parte do corpo, dando a direção, o comando e a dupla empurrava a mão com a parte do corpo escolhida.

 Discutimos um pouco sobre o peso e professora ressaltou que estamos na era da leveza, o nosso ideal hoje é a leveza (ligth).

O peso, no movimento, na música é uma questão de atitude:

 “A qualidade de peso e de tempo que não pode ser medida é uma questão de atitude.”


“A consciência do fator Peso libera atitudes de toque firme e leve, alternando a habilidade e a vitalidade de executar força ou delicadeza que ultrapassem a passividade. A expressão sonora que descreve esse estado de tensão sensitiva que manipula o parâmetro Intensidade do som, ao passo que as atitudes corporais se concentram na intensidade da musculatura.”                                                                (O movimento que recria o mundo...Sonia )


Em minhas aulas com as crianças fiz a dinamica de "empurrar a parede", do "monstrinho" e também, como citei, de tocar as palmasdas mãos. Fiquei pensando a respeito das crianças não terem momentos, principalmente nos dias de hoje, onde as brincadeiras de rua já quase estão extintas, de expressarem-se corporalmente, de colocar todo esse peso pra fora. Ao tocar um instrumento a criança vai com força total, porque muitas vezes não consegue compreender a leveza e nem exercitar o contraste entre o peso e a leveza no dia a dia. Como eucadores musicais, de artes, de movimento, como educadores, devemos proporcionar estes momentos às crianças, e trabalhar este conceito em nós mesmos também.


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