Dinâmicas (Expressividade)
"Ele [Laban] defendia a ideia de que os fundamentos de uma cultura se jogam nas relações particulares entre uma determinada gestão do peso e os valores de expressividade, através dos fluxos e dos tratamentos do espaço e do tempo. A impossibilidade de nossa organização linguística de abarcar o sentido profundo do movimento levou-o à aventura do seu sistema de notação, que não se apoia numa metáfora linguística, e sim numa representação pictográfica que responde, analogicamente, aos estados do corpo ainda não projetados na esfera da interpretação linguística. "Hubert Godard, no artigo "Gesto e Percepção" do livro Lições de Dança 3 (UniverCidade do Rio de Janeiro)
I-Peso
II-Espaço
III-Tempo> rápido/lento; acelerado/desacelerado; curto/longo; prolongado/sustentado; repentino/súbito.
ESPAÇO
Kinesfera
Cinesfera=kinesfera é a esfera que delimita o
limite natural do espaço pessoal, no entorno do corpo do ser movente. Esta
esfera cerca o corpo esteja ele em movimento ou em imobilidade, e se mantém
constante em relação ao corpo, sendo ‘carregada’ pelo corpo quando este se
move. ‘É delimitada espacialmente pelos alcance dos membros e outras partes do
corpo do agente quando se esticam a partir do centro do corpo, em qualquer
direção, a partir de um ponto de apoio. É um conceito que pertence ao Método
Laban de Análise do Movimento.
http://www.yogaindaiatuba.com/2009/03/cinesferakinesfera.html
Falamos sobre a Kinesfera e trabalhamos o
espaço pessoal:
- Que espaço meu corpo ocupa?
- Visualização do contorno do corpo
Atividades:
- Andar em grupo seguindo um líder.
- Andar em dupla compartilhando as Kinesferas
(espaços pessoais).
- Focar o olhar para frente mas com a
percepção em quem está do lado.
- Seguir os movimentos do outro.
- Formar um circulo humano e cada pessoa ir
ao centro, num espaço reduzido tentar se
mover nesse circulo, perceber se sou (P,M,G) dentro desse círculo.
TEMPO
“Nossa apreensão do
tempo está ligada à nossa vida psicológica. A experiência do tempo é
essencialmente íntima.”
(O movimento que recria
o mundo – Sonia Silva)
Etapas
dos exercícios realizados em aula:
1-Aquecimento
com a música “Samba quente" (Batucada Fantástica) > movimentos, pára a
musica, cessa o movimento.
2-Caminhar:
lentamente, ir acelerando gradativamente, depois desacelerando gradativamente.
3-Pensar
de olhos fechados em imagens que remetam tempo lento, prolongado, depois curto,
rápido, repentino.
*Pensei
em um violino tocando, um trem que começa acelerando gradativamente, depois uma
moto passando rápido na rua, um violino tocando agora rapidamente. Senti maior
dificuldade em encontrar a imagem do tempo prolongado.
4-Dança:
dançar mais lento que o próprio ritmo da musica, depois mais rápido que o ritmo
da musica. Primeiro individual depois em duplas.
*Neste
me senti mais confortável no lento.
5-Espelho
e sombra (em duplas) > movimentos simultâneos – tempo<
prolongado/sustentado slomotion – súbito/repentino
6-Possibilidade
de dialogar com qualquer pessoa no espaço, não somente a dupla > até
tornar-se uma composição coletiva durante a improvisação. Pode-se dissociar
isso com a voz, até que se chegue a um uníssono. O movimento rápido tem
afinidade com o forte, como lento tem afinidade com fraco:
*Na
regência > é preciso exercer o controle de seu tempo – você necessita de força, de peso para dar
o acento, por exemplo.
*Calmo
é a interpretação do lento e Agitado
é uma interpretação do acelerado: Para o outro não necessariamente, cada um tem
seu tempo e sua interpretação diferente de tempo.
O tempo, pode ser marcado de várias formas, podemos utilizar várias coisas,
como marcar o tempo no metrônomo, ou falar de tempo de modo mais subjetivo, por
exemplo o tempo do canto gregoriano.
“O tempo não existe a
não ser pela consciência que cada um tem de passado, presente, futuro. Nós
podemos até dividi-lo em partes proporcionais, horas e minutos, mínimas e
colcheias, porém cada um vive o tempo de maneira pessoal.”
(O movimento que recria
o mundo...Sonia Silva)
Comentário
pessoal:
Desde o momento mais ínfimo de nossas vidas, ainda no útero, já estamos em movimento e temos nosso próprio ritmo. Pensar sobre isso, sobre esta consciência de individuo único e com seu próprio tempo faz com que nos tornemos verdadeiros educadores, com cada vez mais desafios de compreender a individualidade do ser e realizar diferentes propostas e lançar novas possibilidades para que cada um atinja, ao seu modo os objetivos. A música é carregada dessa individualidade e torna-se universal no momento em que é arte de expressar-se.
*Educador em arte tem que oferecer mais diversidade!* (Melina)
PESO
Passivo
Sequência
de exercícios propostos:
-Roda
com palma (forte/fraco)
-Roda
com palma (ternário – estabelecido o tempo/ritmo – Forte- Fraco- Fraco, no
tempo leve/fraco, dar um salto -palma
simultaneamente com o peso embaixo do salto)
-Caminhada
com música – Aída tocou o piano, alternando a intensidade da música –
importante não estabelecer marcha no tempo forte, mas usar com maior ênfase os
membros inferiores no tempo forte (tendência)
-Peso>
empurrando a dupla com a palma da mão, depois na roda, palma com palma,
empurrar, respeitando o espaço do outro (tentando, pelo menos).
*Esta
dinâmica ajuda a conscientizar a forma que dou a mão para o colega,
principalmente com as crianças.
-Brincadeira
do monstrinho – fazer força em poses diferentes e depois soltar o corpo,
estabelecendo mais leveza.
-Empurrar
com palmas das mãos – dedos sempre abertos – em dupla
-Contrapeso
em dupla – ângulo pra fora – equilíbrio, encontrar o momento de cada um até
equilibrar
-Para
dentro só com as mãos, mas também pode-se fazer para fora
-Jogo
da resistência – partes do corpo – empurrar com diferentes partes do corpo – em
dupla, um estabelecia a parte do corpo, dando a direção, o comando e a dupla
empurrava a mão com a parte do corpo escolhida.
O
peso, no movimento, na música é uma questão de atitude:
“A consciência do
fator Peso libera atitudes de toque firme e leve, alternando a habilidade e a
vitalidade de executar força ou delicadeza que ultrapassem a passividade. A
expressão sonora que descreve esse estado de tensão sensitiva que manipula o
parâmetro Intensidade do som, ao passo que as atitudes corporais se concentram
na intensidade da musculatura.” (O movimento que
recria o mundo...Sonia )
Em minhas aulas com as crianças fiz a dinamica de "empurrar a parede", do "monstrinho" e também, como citei, de tocar as palmasdas mãos. Fiquei pensando a respeito das crianças não terem momentos, principalmente nos dias de hoje, onde as brincadeiras de rua já quase estão extintas, de expressarem-se corporalmente, de colocar todo esse peso pra fora. Ao tocar um instrumento a criança vai com força total, porque muitas vezes não consegue compreender a leveza e nem exercitar o contraste entre o peso e a leveza no dia a dia. Como eucadores musicais, de artes, de movimento, como educadores, devemos proporcionar estes momentos às crianças, e trabalhar este conceito em nós mesmos também.
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