sábado, 1 de dezembro de 2012

Dinâmicas – Ações do Esforço


 

O som existe no tempo, projetado no espaço por uma energia que lhe dá uma determinada dinâmica. O trabalho com gesto na educação musical propõe fazer sentir essa noção de som em movimento no tempo.

A visão de Laban sobre os esforços de movimento que estão respectivamente relacionados com atitudes internas de impulso vital nos ajuda a um resgate revelador da necessidade de se poder olhar, ouvir...sentir. Na prática educativa podemos assim recuperar todo o universo da simbologia não-verbal que constitui a base de nossa percepção com vivências de:


ESPAÇO, que promovem a ATENÇÃO

TEMPO, que promovem a PRECISÂO

PESO, que promovem a DECISÃO

FLUÊNCIA, que promovem a INTENÇÃO

 
Ao praticar exercícios com esses elementos, podemos realizar frases de movimento – saltitar, girar, deslizar, pular – que podem ser acompanhadas de improvisações sonoras.

...A escrita musical pode emergir como pesquisa coletiva de análise sonora, como descoberta dos mecanismos de criação e familiarização com os mesmos, numa apropriação do sistema de notação coreográfica criado por Laban (1978).

Estou convicta de que essa proposta de integração da linguagem musical e corporal contribuiu para a formação de indivíduos mais conscientes de um mundo em contínua transformação e mais preparados para atuar, com equilíbrio nele.

(O MOVIMENTO QUE RECRIA O MUNDO:

UM COLÓQUIO PEDAGÓGICO MUSICAL ENTRE LABAN E KOELLREUTTER – Sonia Silva)

“Coreologia é a lógica ou a ciência da dança, a qual poderia ser entendida puramente como um estudo geométrico, mas na realidade é muito mais do que isso. Coreologia é uma espécie de gramática e sintaxe da linguagem do movimento que trata não só da formas externas do movimento, mas também do seu conteúdo mental e emocional. Isto é baseado na crença que movimento e emoção, forma e conteúdo, corpo e mente são uma unidade inseparável.” (LABAN, 1966, p.viiii).

 
Professora passou uma sequencia de exercícios, dando comandos de movimentos com peso, direções, e após criarmos os movimentos discutimos a respeito e encontramos ações que existem em nosso cotidiano. Professora utilizou as músicas:

 
Break Mixer

 

 

 

Nina Simone – My baby just cares
 
 

 Exemplo (Os termos usados por Laban e que ficaram conhecidos no Brasil são os citados abaixo):

 

LEVE (peso)

INDIRETO ou FLEXÍVEL (espaço)         FLUTUAR

LENTO (tempo)

 



 


LEVE

DIRETO            → DESLIZAR

LENTO

 

 

 

 

 

LEVE

DIRETO                     → PONTUAR     (fazer pontinhos, pontuar o espaço)

REPENTINO



 

 
 

LEVE

INDIRETO                     → CHACOALHAR  

REPENTINO


 

FIRME

DIRETO                    → SOCAR  (cotovelar, termo mais popular)

REPENTINO

 

Exemplo de Som: miado de um gato, repentinamente, primeiro som do vídeo abaixo:

 

 

FIRME

INDIRETO             → CHICOTEAR (Ricardo sugeriu também espantar mosquitos)

REPENTINO

 Atente para o som e o movimento da mão, rs.
 

FIRME

INDIRETO            → TORCER

LENTO

 

SOM: ENGRENAGEM     atentar no vídeo para o som "torcido" da engrenagem.

 

FIRME

DIRETO              → EMPURRAR  (ou pressionar)

LENTO

 

 



 

Exemplos nos ritmos musicais:

 

Frevo:   RÁPIDO                         

             LEVE

             DIRETO

 

 
Choro:  RÁPIDO               

             LEVE

             INDIRETO

 

Reagge: LEVE                     

               INDIRETO

               LENTO

 

Marcha: FIRME                    

              RÁPIDO

              DIRETO

 

Dicas “vitais” da professora Melina:

 
Perceber as próprias tendências (som mais leve/firme) e passar para os alunos os tipos de sons.

Usufruir deste vocabulário para descrever o tipo de som objetivamente que se quer, com embasamento e propriedade do assunto, tornando-se  mais compreensível.

A interpretação fica por conta do intérprete, não de quem ensina. A imagem pode partir do aluno, mas o professor direciona ou trabalha com estas imagens. Professor deve trabalhar os movimentos de seus alunos, dar o direcionamento, ter um “olhar”.

Por vezes, no dia de uma apresentação, por exemplo, o aluno está tenso, professor pede para ele relaxar, mas na verdade precisa mandar relaxar a parte do corpo tensionada, como os ombros, ou a forma como ele fala para o aluno relaxar, cada um tem o seu modo, o seu significado.

Usar as brincadeiras para criar um “colorido”, conduzir as aulas.

Como educador é dever oferecer uma diversidade!

 
 Nesta aula, nosso dever foi trazer uma música para “coreografarmos” segundo Laban. Como houveram bastante canções, professora nos dividiu em grupos, escolhemos uma canção, montamos os movimentos, a coreografia e depois nos apresentamos.

Nosso grupo escolheu a música “Muito Incrementado”, Clube do Balanço, na proposta de exercer o mix de todos estes movimentos estudados, dentro da Coreologia de Laban.

 

Começamos com movimentos: firme, rápido e direto. Depois, na pausa, cada um exercia seu personagem. Fiquei com o movimento indireto da flauta de êmbolo, descendo até o chão. Depois, fizemos movimentos leves e diretos e terminamos com uma pose para a foto. O resultado foi muito significativo e divertido para o grupo. Foi uma experiencia marcante e inovadora montar e apresentar a coreografia, pois além de memorizarmos os tipos de som, estudarmos para sermos compreendidos na hora da apresentação, de ter este olhar, nos descontraímos e fizemos com alegria.

*As aulas foram muito positivas e significativas. Pude aprender muito e além de crescer e mudar meu olhar, pude ajudar as crianças em todos os sentidos. Tenho muito a melhorar ainda, aprender mais,  mas agora acredito que é uma nova busca, um novo norte, e a professora nos conduziu maravilhosamente a este caminho. Muito obrigada.
 

 

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